O experimento foi realizado em condições de casa de vegetação, na Universidade Federal de Uberlândia, no período de março a agosto de 1995, visando determinar, em sete classes de solo, a supressividade ao fungo Rhizoctonia solani e estudar o possível relacionamento dessa característica com a mineralogia, propriedades físicas e químicas e populações de fungos do solo. Após proceder à inoculação dos solos com R. solani, multiplicada em grãos de sorgo autoclavados, observou-se que o índice de doença em plântulas de soja aumentou em todos eles. Tal índice foi sempre maior na camada de 0-20 cm, associando-se com o maior teor de matéria orgânica, com exceção do Solo Orgânico eutrófico (SOe), o qual apresentou um índice de doença similar nas duas profundidades (0-20 e 20-40 cm). O efeito supressivo a R. solani, observado no material do Plintossolo distrófico (PTd) e no Latossolo Vermelho-Escuro álico (LEa), relacionou-se com a textura muito argilosa, com a alta saturação por alumínio e com a vegetação (fase cerrado), mesmo com a ausência de Trichoderma spp. Os materiais do Solo Orgânico eutrófico (SOe), do Latossolo Roxo distrófico (LRd) e da Terra Roxa Estruturada eutrófica (TRe) apresentaram maior conducividade a R. solani , possivelmente relacionada com o caráter eutrófico e com o teor da matéria orgânica, decorrente do tipo de cobertura vegetal (fase vegetação). O material do Latossolo Vermelho-Escuro álico textura média (LEam) e o do Latossolo Vermelho-Amarelo álico (LVa) mostraram comportamento intermediário. O índice de doença correlacionou-se negativamente com a saturação por alumínio e teor de argila e positivamente com a saturação de bases (V) e com o pH. A mineralogia parece não ter influência direta na supressividade ou conducividade dos solos estudados, provavelmente por variar apenas no que se refere às formas de óxidos de ferro.
The experiment was conducted under greenhouse conditions at the Federal University of Uberlândia, State of Minas Gerais, Brazil, from March to August 1995. The purpose of this study was to determine if suppression of seven soil classes could inhibit infection of soybeans by R. solani, and how suppression might relate to the physical, chemical and biological characteristics of these soils. After infesting soils with R. solani, grown on autoclaved sorghum grains, disease intensity increased in soybean seedlings grown in all soils infested. This intensity was always greater in the 0-20 cm layer, which was associated with a higher organic matter content. However, one exception was found for the organic soil (SOe), which presented a similar disease intensity of the fungus in two layers from 0-20 and 20-40 cm due to high organic matter content in both layers. The suppressive effect on R. solani was observed with the Typic Plinthaquox (PTd) and Typic Acrustox (Dark-Red Latosol - LEa) soils, probably due to the clay texture, high aluminum saturation and vegetation (cerrado phase), even in the absence of Trichoderma spp. The organic soil, Acric Rhodustox (LRd) and Udic Argiustoll (TRe) was more conducive to soybean infection by R. solani, possibly due to its eutrophic character and the content of its organic matter originating from plant cover type (vegetation phase). The Typic Haplustox soil (LEam) and Typic Acrustox (Red-Yellow Latosol - LVa) materials had an intermediate reaction. The disease intensity was negatively correlated with aluminum saturation level and clay content of the soil and positively correlated with the base saturation and pH. Mineralogical characteristics of the examined soils do not appear to influence the suppressiveness of R. solani or soil conduciveness directly or to any appreciable extent, possibly because soil mineralogy only differs in its iron oxides forms.